Este é um trecho da série Grace e Frankie, que está na Netflix. Na cena estão mãe e filho, Frankie e Bud, respectivamente.
Bud é o tipo de filho que quer atender às expectativas dos pais, ainda que, na relação entre eles, não pareça que sejam pais que exigem isso. Ele tem muita dificuldade em dizer “não” e assume o papel do filho responsável, que sempre faz o que é esperado. Como consequência, sente-se demandado sempre que algo acontece.
Neste diálogo, Bud quer poupar sua mãe de se magoar em um relacionamento, já
que ela saiu muito ferida quando se separou de seu pai. Esse desejo de proteger e cuidar emocionalmente dos pais é recorrente nas relações familiares. O filho, nesse caso, tenta evitar que a mãe sofra novamente, como se ele pudesse controlar a situação. Para sorte dele, Frankie, maravilhosa, não permite esse tipo de controle.
A conversa se desenrola de um jeito bonito de se acompanhar. Frankie compreende e acolhe o medo de Bud, mas se coloca no lugar dela, como adulta e mãe, deixando o convite para ele ficar no seu lugar de filho.
Essa postura de Frankie demonstra maturidade emocional e a capacidade de reconhecer que, apesar do sofrimento que enfrentou, ela é capaz de cuidar de si mesma. Ao fazer isso, ela alivia Bud do peso de tentar protegê-la, lembrando-o de que ele ainda é o filho nessa relação.
Essa troca é um exemplo das complexidades dos relacionamentos familiares, especialmente à medida que os filhos começam a ver seus pais envelhecerem.
A série captura essas nuances com sensibilidade, mostrando que, mesmo na velhice, é possível continuar aprendendo sobre si mesma e sobre as relações familiares, além de reconhecer e diferenciar os tipos de cuidados que são necessários para a fase de vida em que estão vivendo.
Me conta, você já assistiu a esta série?
Roberta Rocha
Psicóloga de meninas e mulheres, Terapeuta de casais e famílias, Facilitadora de encontros entre mulheres
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