O que compartilho aqui é algo subjetivo, não se trata de um resumo ou uma verdade sobre o livro. Pode conter spoiler.
Estreamos o clube do livro com a história da Julia, uma leitura densa e intensa.
No início da história escrita em linhas desiguais, frases que pareciam incompletas me deixaram desconfortável, mas não tinha como contar a história da Júlia que não fosse desta forma, em prosa, sem ritmo.
Assim como vi a Júlia no livro, tentando dar um passo num descompasso que era sua vida.
Já acolhi muitas Júlias que sofreram violência física e psicológica no ambiente familiar, que tentavam juntar os pedaços de suas mães que talvez já estivessem despedaçadas antes mesmo de se tornarem mães.
Já acolhi muitas mães de Júlias que foram abandonadas afetivamente antes mesmo de verem sua parceria livre para irem embora, enquanto elas tiveram que ficar ali com a conta de um casamento fracassado.
Já acolhi muitas mulheres com medo de dançarem suas próprias coreografias porque alguém escolhia o ritmo de suas vidas.
“quantas possibilidades de Júlia eu perdi pelo caminho para me transformar nessa Júlia que sou agora?”
Roberta Rocha
Psicóloga de Meninas e Mulheres, Facilitadora de Encontros de Mulheres
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