O coração dele não resistiu,
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foi o que me disseram,
há 10 anos,
quando a morte, essa visita inesperada,
encontrou meu pai.
Levou o corpo,
deixando o irreversível:
não ouviria mais sua voz,
não sentiria mais seu cheiro,
seu abraço.
Perdi meu norte,
meu guia,
aquele olhar,
aquele abraço,
a certeza de um amor vivido.
Morri um tanto com ele.
Demorei a sentir a vida
para quem fica
depois da morte.
Quando jogamos suas cinzas no mar,
a seu pedido,
num dia nublado,
um raio de sol se uniu ao mar,
e ali, senti a possibilidade
de vida após a morte.
Meu pai,
que foi imensidão,
se encontrava com o mar
que tanto amava,
sabia que ali
poderia ser livre.
A vida se sobrepõe,
como as ondas,
o que foi,
se transforma
nesse angustiante vai e vem.
Ele sabia que, no mar,
poderíamos nos encontrar.
Pai,
são 10 anos vivendo
o paradoxo de estar
com e sem você.
Em alguns dias,
a saudade me engole,
a tristeza me invade.
Eu não resisto,
aceito,
respeito.
Mas, não se preocupe,
na maioria dos dias,
o amor vivido em nossa relação
me guia,
me sustenta.
Todo dia, algo me lembra
que existe, sim,
vida após a morte
para quem fica.
Obrigada por tanto, Papitos ♥️
Betinha
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