O clube do livro é um dos meus lugares preferidos.
No final de 2021, depois de anos pesquisando sobre classe, raça, gênero e psicologia, fiz um combinado comigo mesma: voltaria a ler romances.
O livro escolhido foi Copo Vazio, da @nataliatimerman . Mergulhei de cabeça na história num dia chuvoso de janeiro e, em menos de 24 horas, já estava tomada pelo desejo de compartilhar o livro com alguém. Foi exatamente nesse momento que idealizei o clube do livro.
Depois vieram aquelas vozes, sabe? Mas pra que isso? Já existe um monte de clube do livro por aí, com mediadoras famosas, intelectuais do mais alto nível. Eu ouvi essas vozes e respondi a elas que, ainda assim, iria sim fazer meu clube do livro.
Desse lugar de audácia — um tanto novo pra mim na época — pedi à Rafa que criasse uma identidade visual: Clube do Livro com Roberta Rocha.
Mas não pense que as vozes silenciaram. Fiz o que precisava ser feito com um misto de desejo e medo do desamparo. E se ninguém aparecer?Essa voz ficou ali, baixinha, mas persistente.
O primeiro encontro aconteceu em fev/22, a leitura de estreia foi A pequena coreografia do Adeus, da maravilhosa @alinebei . As primeiras mulheres aceitaram meu convite.
Queria ter a certeza antes da experiência com o corpo. Foi no abraço delas no encontro presencial que senti a importância que o clube tem para elas também.
Diante do caos que é ser mulher no mundo, especialmente no Brasil, o clube — feito por mulheres para mulheres — é um alívio, um abraço, um espaço seguro para estar. Não fui eu que fiz o clube. Elas fazem o clube a cada encontro.
Nós, mulheres, somos o clube.
Obrigada @rafaelamaurodesign pelo caderno lindo que você confeccionou com suas mãos…
Roberta Rocha
Psicóloga de meninas e mulheres | Terapeuta de casais e famílias | Facilitadora de encontros entre mulheres
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