No livro, Mamãe & eu & Mamãe, da escritora maravilhosa Maya Angelou, ela conta sobre a relação com sua mãe, Vivian Baxter. Uma mulher admirável que estava a frente do seu tempo, fiquei apaixonada por essa mulher, lembrou muito mãe em vários momentos contados no livro.
A leitura seguinte foi a primeira autobiografia da Rita Lee, uma mulher autêntica e coerente com aquilo que desejava. Ler estes dois livros foi um despertar para tantas reflexões.
O que estas mulheres têm em comum?
Elas foram desejantes, aceitaram a dor a delícia que é partir deste lugar, suportaram a culpa e muitos julgamentos.
As mulheres que desejam estão gerando incômodos, elas estão subvertendo a ordem que foi imposta de serem desejadas como um objeto. Ao se colocarem como desejantes saem deste lugar e se colocam como sujeitas de si.
As mulheres que desejam são chamadas de exigentes e difíceis porque elas estão atentas ao que sentem, assim são menos vulneráveis ao controle.
As mulheres que desejam reivindicam por justiça, direitos e políticas públicas, estas
mulheres são questionadas, rotuladas como loucas e invalidadas quando se posicionam.
As mulheres que desejam escolhem outras mulheres para ampliar suas vozes, para se sentirem pertencentes e fortalecidas.
As mulheres que desejam querem estar em relações equilibradas entre o dar e o receber, que não sintam dúvidas se estão sendo protegidas ou limitadas.
As mulheres que desejam estão se posicionando sobre os padrões de beleza impostos aos seus corpos.
As mulheres que desejam estão em processo de construção de uma nova forma de existirem, elas também se cansam, se questionam. Elas sabem que o caminho não é linear. Mas elas também têm esperanças. ❤️
As mulheres que desejam e sustentam seus desejos abrem caminhos para outras mulheres. Elas se encontram. Se amam. Se protegem. Se amparam.
Eu desejo que você encontre os desejos do seu coração, que esteja sempre por perto de mulheres desejantes.
Roberta Rocha
Psicóloga, Escritora, Facilitadora de encontros entre mulheres
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