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Mesmo Rio de @elisamasantosc leitura do mês de fevereiro no Clube do Livro.
Lembrando que este texto é uma reflexão subjetiva a partir do encontro da minha história com a leitura do livro. Pode conter spoiler.
O livro conta a história de uma família, pai, o provedor, a mãe, a que cuida, três filhos, um homem e duas mulheres.
Quando olhei de uma certa distância a fotografia é uma família que conseguiu se estruturar em sintonia com o que é "idealizado" pelos padrões impostos pela sociedade.
Quando cheguei mais de perto, com mais intimidade, considerando o contexto, pude ver e sentir como mulher, filha e mãe o atravessamento dos estereótipos de gênero.
Eu olhei para a Maria Lúcia, a mãe, e vi tantas mulheres da minha família, que já acolhi em meu consultório, uma mulher atropelada pela sobrecarga que a maternidade e uma casa nos impõe.
Vi tantos homens próximos representados pelo Benedito, o pai, e pelo Lucas, o filho. Senti raiva, impotente e pouco empática.
A Rita, a filha excluída pela mãe, nasceu e encarnou toda a frustração e limitação da sua mãe, é o que chamamos de paciente identificada na terapia familiar aquela que irá representar o sintoma, aquilo que precisa ser visto, cuidado e elaborado na dinâmica familiar.
Senti vontade de abraçar a Rita, dizer pra ela que não tinha nada de equivocado com seu jeito de ser que ela merecia todo colo e amor.
Marília, a que eu me vi e vi as mulheres. A mulher que resolve, a cuidadora, a salvadora, a que se esforça para fazer tudo que se espera dela. Foi assim que aprendeu a se relacionar com mãe e assim segue se relacionando com a vida.
Se você já leu, me conta como a história te tocou por aí.
Roberta Rocha
Psicóloga, Escritora, Facilitadora de encontros entre mulheres
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