![](https://static.wixstatic.com/media/538be6_96f02f713e8d4b0084a1d5b05be9a369~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_1226,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/538be6_96f02f713e8d4b0084a1d5b05be9a369~mv2.jpg)
Este diálogo acontece no filme Adoráveis Mulheres, fiz um post aqui contando sobre ele.
Hoje trouxe este trecho para refletirmos juntas.
Me identifiquei muito com a personagem da Jo, uma mulher que deseja ser escritora numa época que cabia apenas a nós, mulheres, o casamento, a casa, os cuidados com a família e a vida religiosa.
Ainda que hoje tenhamos mais autonomia para escolher estar em um relacionamento, se separar de uma parceria que não nos faz bem, se dedicar mais à profissão do que a família, é inegável que os mitos e as crenças ainda se perpetuam no coletivo.
Na minha escuta de mulheres acolho histórias com estas crenças e mitos de que as mulheres são mais felizes quando são casadas e têm filhos, que precisam cuidar dos seus corpos para serem escolhidas e não ficar para “titia”, que precisam trabalhar para serem independentes, mas não muito, porque isso pode assustar os homens.
Imagina quantos conflitos isso gera em nós, na nossa existência, escolhas, corpos e saúde mental?
As mulheres são treinadas para o amor, para serem amadas, para serem escolhidas e não escolherem sob pena de ficarem velhas chatas ou pior ainda permanecerem em relacionamentos tóxicos e violentos, tudo isto em nome do amor.
No livro Saúde Mental, Gênero e dispositivos da maravilhosa @zanellovaleska diz “Na nossa cultura, os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens” indico muito a leitura deste livro para se aprofundar no tema.
Encerro com uma frase da também maravilhosa Simone de Beauvoir: Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre”.
Roberta Rocha
Psicóloga, Escritora, Facilitadora de encontros entre mulheres
Comments