Um filme inspirado no livro homônimo de Miriam Toews, dirigido por Sarah Polley,indicado em duas categorias no Oscar 2023, ganhando a estatueta de melhor roteiro adaptado.
Entre Mulheres conta a história de uma comunidade religiosa que está isolada no interior dos Estados Unidos, as meninas e mulheres estão sofrendo uma série de ataques vi0lent0s que as deixam traumatizadas, adoecidas e grávidas.
Após descobrirem a origem destes ataques, as mulheres se reúnem para decidirem o futuro delas e das crianças na colônia.
Organizam uma votação para:
Aceitar tudo
ficar e lutar
ou fugir.
Toda a discussão entre elas é feita no celeiro desta comunidade, registrada por um homem, August, pois as meninas e mulheres da comunidade não podem frequentar a escola, não sabem ler e escrever.
Os diálogos, entre mulheres, permeiam sobre perdão, sonhos, esperança, medo, maternidade, amor, submissão.
Algumas frases delas que me chamaram atenção:
“A liberdade é boa. É melhor que a escravidão. O perdão é bom. É melhor do que a vingança. E esperar pelo desconhecido é bom. É melhor do que odiar o conhecido.”
“O perdão faz parte da nossa fé. Nós sempre perdoamos aqueles que nos ofendem.”
“O perdão que nos é imposto é o verdadeiro perdão?”
“Após nos libertamos vamos precisar saber quem somos”
Os posicionamentos, questionamentos e relatos entre elas do que elas farão me gerou muita angústia e medo, a fotografia do filme contribui para isto, não há luz, a sensação de que não existe vida.
Me fez também refletir nas mulheres da minha história, da nossa história, que foram silenciadas, violentadas, que viveram uma vida toda refém da opressão masculina e as que ainda vivem.
Termino com a frase que começa o filme tirado do livro:
“O que se segue é um ato da imaginação feminina”
Quantas vezes nossos relatos de violências contra nós são questionados, invalidados, deslegitimados apenas por sermos mulheres?
Roberta Rocha ❤️
Psicóloga, Escritora, Facilitadora de encontros entre mulheres
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