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A natureza da mordida, Carla Madeira

Foto do escritor: Roberta RochaRoberta Rocha


“O que você não tem mais que te entristece tanto?” É com esta pergunta que Biá, uma psicanalista aposentada apaixonada por literatura, aborda a jovem jornalista Olívia pela primeira vez, ao encontrá-la sentada à mesa de um sebo improvisado. A provocação inesperada, vinda de uma estranha capaz de ouvir “como quem abraça”, desencadeia uma sucessão de encontros marcados pela crescente intimidade e que, aos poucos, revelam as histórias das duas mulheres. “Nossa amizade começou assim, enquanto nos afogávamos”, relata Olívia.



Confesso que demorei algumas páginas para me envolver com a amizade das duas. Sabe quando você está com duas pessoas que já são amigas e fica um tanto perdida? Foi assim que me senti.



Com o desenrolar da história, fui sentindo a força que é a amizade entre mulheres. São tantas camadas que acessamos juntas, tantos lugares que visitamos em nós mesmas no encontro com a outra. E quando um conflito que se desdobra em silêncio acontece numa amizade, para qual lugar somos convidadas a ir?



Quanto suportamos não saber? Quanto temos de paciência e disponibilidade para escutar o outro no tempo de sua fala? Qual é o impacto do irreversível nas relações? É possível olharmos para nossa história mudando a narrativa, saindo do “e se tivesse feito assim” e indo para “quando eu fiz isto…”?



Terminei a história do livro com reflexões tão profundas que sinto que, em mim, se abriu a possibilidade de rever alguns capítulos da minha própria história, para poder, quem sabe, contar com uma nova narrativa com um olhar mais amoroso e gentil.



Obrigada, Carla Madeira.



Roberta Rocha


Psicóloga, Terapeuta de casais e famílias, Facilitadora de encontros entre mulheres

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