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Despeça da Mãe ideal, entre o sacríficio e a romantização encontre uma mãe possível dentro da sua realidade.
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Existe um ideal de “ser mãe” no imaginário de todas nós, que se desdobra em padrões, exigências e estereótipos impostos pela sociedade e cultura, tanto que ao nos tornarmos mãe tudo isto caí em nosso colo junto com aquela criança que parimos.
Certa vez acolhi uma mãe sobrecarregada e soterrada na culpa materna, a cada encontro percebia que ela não estava falando da sua maternidade, mas sim da maternidade da sua mãe, tinha ali uma filha presa a imagem da mãe ideal.
Sua mãe entregou o que era possível, mas não foi o suficiente quando ela comparava com outras mães. Esta mulher ao se tornar Mãe também passou a exigir de si mesma que fosse a mãe ideal que sua mãe não foi.
A sensação que ela me contava era de que quanto mais fazia pelos filhos, mais ela sentia que não era o suficiente, não se sentia conectada aos filhos, se sentia insegura nas suas escolhas como mãe.
Conectada com sua dor, ela adoeceu.
Esta mulher precisava se despedir da mãe ideal.
Foi um processo intenso e denso para ela olhar suas dores, faltas e exigências, aceitar sua mãe como uma pessoa comum que fez o que era possível de fazer diante da sua realidade, acolher sua criança interior entregando a ela o que esperava que sua mãe fizesse, somente assim ela pode se ver grande para ir para seu lugar de mãe possível para seus filhos.
Importante dizer que além dos movimentos individuais que são essenciais, é indispensável políticas públicas que garantam direitos e acessos para uma vida mais digna e íntegra às mães, que assim possamos existir de um lugar mais real.
Roberta Rocha ❤️
Psicóloga, Escritora, Facilitadora de encontros entre mulheres
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